Os oito atores envolvidos na ação pensaram em “gatilhos”, palavras e situações dentro da realidade das crianças em situação de migração para a concepção dos roteiros. “Quando a gente vai trabalhar num campo, por exemplo, e percebe que tem uma criança que se sente um pouco mais excluída do grupo que já está ali, a gente tenta usar coisas do nosso bolso, sem forçar nada, e fala: ‘Vamos brincar juntos?’. Ou seja, tentamos contornar para que ela se sinta confortável. A gente tenta ser o mais convidativo possível para que ela se sinta confortável a participar com a gente”, ele explica. “O imaginário das pessoas já está fragilizado com aquela situação, então temos que chegar com a arte, que é o que a gente sabe fazer, e tentar ocupar o imaginário delas, para talvez encontrar caminhos e luzes. A gente não vai maquiar nem esconder as dificuldades, mas pode tentar achar alguma coisa que acenda essa chaminha dentro da gente e faça a gente florescer, ajudar o próximo e receber as pessoas, e ser bem acolhido”.
Depoimento de Renato Ribeiro, co-coordenador do Projeto Infinitas Peripécias