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  • Publicado em 6 de dezembro de 2023
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Emergência do Riso

O projeto Emergência do Riso,em Petrópolis, ocorreu no mês de maio, três meses após a maior tragédia ambiental ocorrida na cidade. O objetivo foi promover um ambiente de conforto e apoio emocional e resgatar o otimismo das famílias atingidas, gerando encontro e abrindo espaços para afetos alegres.

O projeto teve a participação de nove artistas voluntários dos Palhaços Sem Fronteiras Brasil, residentes das cidades de Petrópolis, Rio de Janeiro e Baixada Fluminense. Foram realizadas 12 intervenções artísticas em alojamentos, bairros e escolas da região de Petrópolis.

Esse projeto foi viabilizado através de uma campanha de arrecadação, que recebeu doações de todas as regiões do Brasil, uma gala solidária em parceria com o Circo Zanni que contou com participação de vários artistas que doaram seu trabalho e com o apoio do Nippon Country Club.

Projetos emergenciais necessitam da união de várias organizações da sociedade civil, pois somente com a força do coletivo respostas ágeis e efetivas acontecem.

“E lá se vão os Palhaces morro acima… O Morro da Oficina! E logo no alto da primeira escada, um senhor olhava curioso aquele bando que se achegava. Uma certa indecisão rodeava seu corpo duvidoso, sem saber se continua sua vida ou se dispunha para esse encontro: ‘Vou trabalhar, ou vejo no que isso vai dar?’. E ficou, e viu, e nós também o vimos. Vimos aquele homem que estava seguindo a vida e numa certa tarde, de repente, a chuva virou tudo de cabeça para baixo, quando seu morro veio abaixo. O Morro da Oficina foi o local em que a maior das barreiras desceu… onde morreram mais pessoas com o desmoronamento, onde o silêncio gritou e ensurdeceu com seu vazio.

E ali, bem no alto daquela escada que ainda se mantém de pé, estava o senhor Gerônimo, ainda de pé, precisando de um afeto. ‘Nós viemos te ver’, disse a palhaça Cucaracha… ‘Muito obrigado… nós estamos precisando.’, respondeu ele agradecido. E que encontro mais lindo de ver: aquele homem chorando com uma poesia, chorando com o carinho, chorando com o amor. O bairro, que já não é mais o mesmo, representa o luto de muitos que perderam a família, a casa, o vizinho, a vida. Pois mesmo aqueles que ainda estão vivos, precisam viver o luto de sua própria vida que não voltará nunca mais a ser como antes. Só nos resta abraçar essas pessoas e plantar em seu peito um alecrim dourado pra nascer a esperança nesse campo devastado.” – Leo Gaviole, artísta participante do projeto.

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