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  • Publicado em 8 de dezembro de 2023
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Palhaços Sem Fronteiras Brasil celebram 7 anos oferecendo apoio emocional por meio do riso para mais de 400 mil pessoas

Presente no país desde 2016, a organização já atuou em 10 estados brasileiros e 6 países da América Latina com espetáculos profissionais e atividades pedagógicas em áreas de vulnerabilidade socioeconômica e crise humanitária.

“Imaginar para construir, rir para transformar” – este é o mote que inspira a organização Palhaços sem Fronteiras Brasil (PSFB) a levar risadas, alegria e esperança para crianças, adolescentes e adultos em situação de alta vulnerabilidade social e econômica, desde que iniciou suas atividades no país em 2016.

A operação no Brasil foi a primeira da América Latina a fazer parte da entidade internacional, os Clowns Without Borders International em maio do mesmo ano. Desde então realiza espetáculos e formações de palhaçaria e artes circenses, que valorizam o trabalho artístico pedagógico e geram impactos sociais nas comunidades afetadas pelas crises humanitária, climática, socioeconômica e de violência.



Logo no início de suas atividades, o PSFB atuou com o projeto “Riso Doce” em parceria com a Cia Cromossomos nas comunidades ribeirinhas do Rio Doce, que abrangem áreas impactadas pelo desastre ambiental decorrente do rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana (MG), e Espírito Santo. A iniciativa ganhou três edições nos anos de 2016, 2017 e 2019.

Com uma rede de 80 artistas profissionais, a organização já realizou projetos em 10 estados brasileiros. Estes receberam oficinas, apresentações e formações para profissionais sociais. Só em 2022, foram 120 espetáculos que impactaram diretamente mais de 20 mil pessoas.

Dentre os diversos projetos desenvolvidos, destacam-se algumas iniciativas significativas. A “Jornada dos Em-baixa-dores” convida artistas locais do Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraíba e Tocantins, a realizar ações em áreas caracterizadas por elevada vulnerabilidade – periferias, escolas, casas de apoio ao imigrante, dentre outros.

Nesta jornada dos Em-baixa-dores, o projeto Japuká facilita o acesso de crianças indígenas das comunidades Guarani e Kaiowá da região de Dourados, no Mato Grosso do Sul, à palhaçaria e ao circo. “A gente chega animado para essas ações. Mas sempre respeitando as condições da escola, das crianças, da terra, do clima e tudo o que é relevante dentro dos territórios indígenas. Logo depois da apresentação do espetáculo pude ver o quanto as crianças se divertiram, os adultos e professores da escola também. Recebemos abraços carinhosos. Mas melhor de tudo, com certeza, foram as risadas que pude ouvir durante o espetáculo.”, comenta Ludmila Lopes, artista do projeto Japuká.

Já o “Rastro Riso”, que também faz parte dos Em-baixa-dores, contribui para a saúde mental, regeneração afetiva e melhoria da autoestima de crianças e jovens moradores de quatro municípios da Baixada Fluminense, na região metropolitana do estado do Rio de Janeiro.

“Houve muita alegria e prazer em realizar essa ação. Esse era o clima! Realizamos contação de histórias, músicas, desenhos e brincadeiras. As crianças se interessaram muito na proposta”, conta Jessé Cabral (Palhaço Ambroxol), artista do projeto Rastro do Riso.

Outro destaque é o programa “Emergência do Riso”, que tem como objetivo apresentar espetáculos que promovem conforto e resiliência para populações atingidas por desastres e crimes ambientais. Com esse trabalho, a organização já percorreu Brumadinho, Petrópolis, São Sebastião, Rio Doce e a ilha de Saint Martin, na América Central.

“Famílias inteiras saíram de seus portões, subiram escadas, desceram pedras e vieram até nosso encontro para serem tocadas pela força sutil da alegria, da beleza, da arte. A necessidade que temos de acionar o estado de alegria é fundamental para nossa sobrevivência”, diz Martha Paiva, artista do Emergência do Riso – Petrópolis.

A atuação dos PSFB ultrapassa também as fronteiras brasileiras e gera impacto
em países vizinhos, como em El Salvador, Colômbia, Chile, Venezuela, México e Saint Martin. Na fronteira da Venezuela, os PSFB realizaram duas edições do projeto “Vamos Rir Juntos”, fomentando espaços de integração e hospitalidade entre as populações brasileiras e venezuelanas, utilizando de ferramentas lúdicas para superação de situações traumáticas, advindas do processo migratório.

Nossa essência

Os Palhaços Sem Fronteiras Brasil trabalha a diversidade e a interculturalidade nas comunidades que atua, conta com uma notável rede de artistas provenientes de distintos territórios e com diversas abordagens artísticas.
“Nosso cerne reside no aprendizado e visa contemplar a complexidade da união entre a palhaçaria e os direitos humanos, a fim de inspirar ideias criativas a partir da alegria. O impacto social está em contribuir para a recuperação de traumas e a regeneração socioemocional de crianças e jovens através da imaginação, empatia, palhaçaria e artes circenses – nossas ferramentas-chaves”, explica Aline Moreno, fundadora e diretora executiva dos Palhaços Sem Fronteiras Brasil, que complementa:
“Já existem estudos científicos que confirmam que os nossos programas reduzem os sintomas de estresse pós-traumático, especialmente em crianças com sintomas de depressão e conflitos comportamentais”, conclui.

História do Palhaços sem Fronteiras

Os Palhaços Sem Fronteiras (PSF) nasceram em 1993, quando o artista catalão Tortell Poltrona foi convidado a realizar uma projeto no campo de refugiados de Veli Joze (Savudrija) na Croácia por um coletivo de educadores que desenvolviam um programa pela paz nas escolas da Catalunha e que estavam em contato com escolas da antiga Iugoslávia que, naquele momento, encontrava-se em situação de guerra.

Essa experiência foi fundamental para estabelecer a organização, pois houve a urgência e relevância de promover atividades artísticas e socioeducativas com o propósito de aprimorar o bem-estar psicológico e emocional das comunidades, tanto durante quanto após conflitos. O principal objetivo era levar alegria, risos e entretenimento para pessoas que vivem em situações difíceis ou de vulnerabilidade, como crianças em hospitais, comunidades carentes, áreas afetadas por desastres naturais ou conflitos.

Artistas de várias nações adotaram abordagens semelhantes, levando à disseminação da ideia e à criação de instituições locais alinhadas aos princípios dos PSF Espanha (Payasos Sin Fronteras España). No ano de 2012, foi criado Palhaços Sem Fronteiras Internacional – o Clowns Without Borders International (CWBI) para facilitar a comunicação, ter melhor colaboração, coordenação e preservação.

Atualmente, a CWBI está em 13 países: África do Sul, Alemanha, Bélgica, Brasil, Canadá, Espanha, Estados Unidos, Finlândia,Índia, França, Reino Unido, Suécia e Suíça. Todas as seções são não-governamentais, independentes e sem fins lucrativos, sem filiação religiosa ou político-partidária.

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Comentado em sexta-feira, 13 de outubro de 2023

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